sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Doha é o segundo período de Kyoto

COP 18  foi a 18ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro  das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que aconteceu esse ano, no Catar na cidade de Doha.


Após duas semanas de discussão, representantes de 193 países que integram a Convenção sobre Mudanças Climáticas, aprovaram no dia 08 de dezembro, um pacote de medidas políticas que cria um segundo período para o Protocolo de Kyoto.

Após terminar o prazo limite, no dia 07 de dezembro e adentrar pela madrugada do dia 08 do mesmo mês,  as negociações sobre as alterações climáticas, durante a COP 18, terminaram com um acordo fechado as pressas entre os países participantes para combater o aquecimento global até 2020.



Quem faz parte do novo acordo?

Do novo acordo, fazem parte 36 países: Austrália, Noruega, Suíça, Ucrânia e todos os integrantes da União Europeia.  O novo protocolo  vai de janeiro de 2013 a dezembro de 2020. As metas de redução de emissão de gases de efeito estufa do conjunto de países significa uma redução de 18% de emissões de países desenvolvidos em relação as taxas de 1990, fica a duvida se com essas medidas conseguiremos manter os níveis de aquecimento global abaixo dos 2°C em relação a níveis Pré-Revolução Industrial, como está registrado no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas(IPCC), lembrando que países que contribuem significativamente para as emissões dos GEE's ficaram de fora do segundo período, são eles Estados Unidos, Canadá, Japão, Rússia e Nova Zelândia.

A meu ver assim como o protocolo de Kioto quando da Eco 92 só ganhou força com a entrada da Russia, o  KP2(continuação do protocolo de Kioto), ficou esvaziado com a ausência desses países,  dessa forma se tornando uma ferramenta enfraquecida.



Mapa mostra a evolução do aquecimento global entre os anos de 1955 a 2011
Fonte: Public Perception of Climate Change and the New Climate Dice

 E tem gente que diz que aquecimento global e lenda!!!!!!


Posição do Brasil


O Brasil, a exemplo dos demais países em desenvolvimento, não participa do Protocolo de Kyoto de forma obrigatória, mas de forma voluntária, por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que gera projetos de créditos de carbono. Na COP-18, o país defendeu a prorrogação do atual tratado vigente.

É importante frisar que países como Brasil, Índia, África do Sul, México, Indonésia e alguns outros não tiveram meta obrigatória de redução de emissões no primeiro período de Kioto, e não terão no segundo. 

Ainda com relação ao Brasil a tendência é a participação em um novo acordo mundial sobre o tema, que comprometeria todos os países (desenvolvidos ou não) a partir de 2020, quando vai expirar o Protocolo de Kyoto. Porem o governo brasileiro se comprometeu voluntariamente a a  de reduzir suas emissões entre 36,1% e 38,9%, em relação ao que emitia em 1990, conforme anunciou na COP-15, em 2009, na Dinamarca.




Posição Norte americana


Quando os Norte Americanos falam sobre esse acordo (quando ele realmente for global), eles estão falando principalmente para a China e Índia, e com menos intensidade para os demais emergentes como o Brasil. Eles não acham correto que os países ricos tenham que reduzir, enquanto os emergentes continuam sem metas, e acreditam que seria uma grande desvantagem econômica em relação à China.

Consumir, Consumir, Consumir e Consumir!!!!

A China, por sua vez, alega que tem investido em energia renovável e que sua emissão per capta é muito menor que a de americanos e europeus, e de outros emergentes como o próprio Brasil.

Produzir, Produzir, Produzir e Produzir!!!!!


Seria interessante que China e Índia informassem para o mundo quais os reais investimentos que estão sendo feitos, visando a redução das emissões dos GEE'S,  pois ainda me parece um pouco prematura a afirmação principalmente do governo Chines haja vista os números demostrarem totalmente o contrário.

Com relação aos Norte Americanos ajudaria muito ao mundo, que eles deixassem claro as suas reais intenções, pois não resta duvida da sua elevadíssima colaboração para o aquecimento global, principalmente através de suas fontes moveis.

Quanto a  Russia, já faz parte da tradição não assumir de imediato o protocolo, porem não acredito que o governo russo fique de fora do KP2.

Seria mais uma vez o bom e velho governo Russo aguardando a oportunidade para barganhar algo em troca de sua entrada? Aguardemos.

Ja o Brasil defende a todo custo o KP2

Charles Domingues

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